quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Greve de actividades no Linhó.II

A direcção da cadeia do Linhó está a reagir à greve de actividade dos presos. Chama os presos aos grupos de 4 e procura convencê-los a abandonar a greve. Ameaça despedir toda a gente – seja lá isso o que for, num regime em que, por lei, ninguém pode ser obrigado a trabalhar como ninguém pode ser despedido por exercer o direito à greve. Ameaça chumbar todos os que estão na escola (estão a ver o problema? O governo acusado de facilitismo na atribuição de certificações escolares e a direcção da cadeia impede administrativamente e no princípio do ano lectivo o sucesso escolar). Ameaça organizar uma repressão pela força, amanhã. A medir pelas consequências da última notícia saída a público é de facto de temer o pior.

As malfeitorias não são de agora, por causa da greve. A direcção decidiu cortar a água quente durante certas horas, como já foi referido anteriormente. A direcção quer organizar as visitas especiais de Natal aos dias de semana, quando a maioria dos visitantes não poder fazer a visita, porque trabalha.

Os presos, por sua vez, aproveitam a oportunidade para reclamar um reforço da 4ª refeição (de que se alimentam entre o jantar, às 18 horas, até às sete da manhã, quando são abertos). Um pão com leite ou sumo é pouco para a maioria, que são jovens. Reclamam do facto de a cantina não ter condições de higiene aceitáveis, como qualquer visita também já constatou.

A ACED divulga esta informação, conforme nos foi pedido. E, sobretudo, espera que não se repita o que aconteceu há poucas semanas em Pinheiro da Cruz.

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