sábado, 19 de junho de 2010

Situação na cadeia do Linhó

Intimidação e vingança

No dia de ontem, sexta feira, a ACED recebeu a informação da presença de elementos do GISP (Grupo de Intervenção e Segurança Prisional ) no estabelecimento prisional do Linhó. Notícias nos meios de comunicação informam de uma rixa entre reclusos. Se for possível ter informação sobre a agenda do GISP, será possível perceber se a rixa incluiu ou não elementos desse corpo especial. Caso isso tenha acontecido caberá perguntar porque tal informação – a da presença do GISP – não terá sido veiculada para os órgãos de comunicação social pela Direcção Geral dos Serviços Prisionais (DGSP)?

Segundo as nossas fontes, a presença da “polícia de choque” das prisões naquela cadeia foi precipitada pelo facto de a direcção da cadeia estar alheada da vida prisional. Esse alheamento não permite reduzir as tensões que sempre existem em tais ambientes, por um lado, e por outro lado, eventualmente, provoca uma sensação de risco exagerado por parte de quem não está ao corrente das situações.

O reconhecimento de que algo semelhante terá acontecido por parte de DGSP explicaria a omissão da informação da presença do GISP na cadeia.

A cadeia do Linhó tem sido palco de uma luta entre o ex-chefe de guardas e todos os outros elementos que lá trabalham e vivem durante muitos meses. A ACED deu disso várias vezes notícia e sucessivos ofícios a propósito de diversos episódios.

Finalmente, umas semanas atrás, a DGSP tomou a sensata mas atrasada decisão de retirar dali o elemento perturbador. Junto retirou também o director, cujo trabalho não tinha sido alvo de críticas, pelo menos do lado dos sectores de opinião que informam a ACED.

Para substituição do Director veio uma senhora, Otília Gralha, Drª presume-se, para trabalhar com a nova chefia de guardas. Os reclusos notaram um afastamento doentio da Directora relativamente aos profissionais da prisão e também aos reclusos, como se fosse possuída de um carácter anti-social. Acumularam-se os pedidos de audiência. Apenas poucos, se alguns, viram satisfeito o desejo de manifestar de viva voz as suas preocupações. A todos os outros nenhuma resposta.

Entretanto, claro, os pequenos problemas tornam-se maiores e o grande problema torna-se o de perceber as intenções de quem não se dá a conhecer.

A entrada do GISP na cadeia, sem que tenha sido evidente o motivo da sua intervenção – a somar às notícias com fonte na Direcção Geral em que se omite o facto – é interpetada pelas fontes da ACED como uma forma, agora explícita, de intimidação e vingança. As resistências da DGSP relativamente à contestação mais ou menos generalizada contra a brutalidade e ineficácia dos métodos do ex-chefe de guardas foram ultrapassadas. Mas terão sido ultrapassadas a contra gosto (por razões que se desconhecem, mas seria interessante apurar). Na volta, a nova directora e chefia de guardas terão sido informadas e instruídas (ou decidiram por si próprioas) de tal maneira que os processos de intimidação são entendidos como processos de vingança, o que para algumas mentalidades são confundidos com “autoridade”.

Se assim for, será uma autoridade que se envergonha de revelar a verdade dos factos, nomeadamente a presença de forças especiais – que bateram a quem entenderam, inclusivamente pessoas que nada tiveram a ver com a rixa ou as armas brancas nela usadas que esteve na origem dos episódios vividos subsequentemente.
A quem possa interessar.

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