No dia de ontem, sexta feira, a ACED recebeu a informação da presença de elementos do GISP (Grupo de Intervenção e Segurança Prisional ) no estabelecimento prisional do Linhó. Notícias nos meios de comunicação informam de uma rixa entre reclusos. Se for possível ter informação sobre a agenda do GISP, será possível perceber se a rixa incluiu ou não elementos desse corpo especial. Caso isso tenha acontecido caberá perguntar porque tal informação – a da presença do GISP – não terá sido veiculada para os órgãos de comunicação social pela Direcção Geral dos Serviços Prisionais (DGSP)?
Segundo as nossas fontes, a presença da “polícia de choque” das prisões naquela cadeia foi precipitada pelo facto de a direcção da cadeia estar alheada da vida prisional. Esse alheamento não permite reduzir as tensões que sempre existem em tais ambientes, por um lado, e por outro lado, eventualmente, provoca uma sensação de risco exagerado por parte de quem não está ao corrente das situações.O reconhecimento de que algo semelhante terá acontecido por parte de DGSP explicaria a omissão da informação da presença do GISP na cadeia.
A cadeia do Linhó tem sido palco de uma luta entre o ex-chefe de guardas e todos os outros elementos que lá trabalham e vivem durante muitos meses. A ACED deu disso várias vezes notícia e sucessivos ofícios a propósito de diversos episódios.
Finalmente, umas semanas atrás, a DGSP tomou a sensata mas atrasada decisão de retirar dali o elemento perturbador. Junto retirou também o director, cujo trabalho não tinha sido alvo de críticas, pelo menos do lado dos sectores de opinião que informam a ACED.
Para substituição do Director veio uma senhora, Otília Gralha, Drª presume-se, para trabalhar com a nova chefia de guardas. Os reclusos notaram um afastamento doentio da Directora relativamente aos profissionais da prisão e também aos reclusos, como se fosse possuída de um carácter anti-social. Acumularam-se os pedidos de audiência. Apenas poucos, se alguns, viram satisfeito o desejo de manifestar de viva voz as suas preocupações. A todos os outros nenhuma resposta.
Entretanto, claro, os pequenos problemas tornam-se maiores e o grande problema torna-se o de perceber as intenções de quem não se dá a conhecer.
A entrada do GISP na cadeia, sem que tenha sido evidente o motivo da sua intervenção – a somar às notícias com fonte na Direcção Geral em que se omite o facto – é interpetada pelas fontes da ACED como uma forma, agora explícita, de intimidação e vingança. As resistências da DGSP relativamente à contestação mais ou menos generalizada contra a brutalidade e ineficácia dos métodos do ex-chefe de guardas foram ultrapassadas. Mas terão sido ultrapassadas a contra gosto (por razões que se desconhecem, mas seria interessante apurar). Na volta, a nova directora e chefia de guardas terão sido informadas e instruídas (ou decidiram por si próprioas) de tal maneira que os processos de intimidação são entendidos como processos de vingança, o que para algumas mentalidades são confundidos com “autoridade”.
Se assim for, será uma autoridade que se envergonha de revelar a verdade dos factos, nomeadamente a presença de forças especiais – que bateram a quem entenderam, inclusivamente pessoas que nada tiveram a ver com a rixa ou as armas brancas nela usadas que esteve na origem dos episódios vividos subsequentemente.
A quem possa interessar.
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