sábado, 12 de junho de 2010

Na prisão de Pinheiro da Cruz

Mortes suspeitas
de poderem ser homicidios

Nos últimos dias duas mortes súbitas ocorreram entre reclusos aparentemente saudáveis, estando a causar preplexidade na prisão.

Desde 2006 a nossa fonte contou 18 mortes no estabelecimento, sem contar com as mortes de reclusos que sairam para hospitais e lá faleceram. A situação é de tal forma que a directora actual diz, com displicência, para quem a queira ouvir “é mais um para a estatística”.

A informação das mortes foi acompanhada de reclamação sobre a degradação das condições de atendimento no sector da saúde após a chegada – há dois anos – da directora. A isso junta-se frases ouvidas da boca da directora, dirigida a presos, como “enforque-se que a sua família agradece” ou, na presença de um vómito de sangue de um recluso “isso é sumo de morango”. Recentemente, ainda antes de mencionar as mortes mais recentes, enforcaram-se dois reclusos: um na sequência do impedimento de participar no funeral da própria mãe e outro por ter-lhe sido recusado acesso ao dinheiro da sua conta, de que precisava para pagar dívidas referentes a trocas feitas dentro da prisão.

Abílio Caldeira, com o nº 729, de etnia cigana e cerca de 35 anos de idade, entre o dia 2 e 3 de Junho, depois de vomitar toda a tarde e de ter sido atendido por pessoal de enfermagem – que lhe terão dado comprimidos – acabou por falecer na Ala 4.

Josè Manuel Ferinho Coxinho, com o nº 597, com cerca de 38/40 anos, praticante de culturismo no ginásio, faleceu hoje, em situação de isolamento. Foi acusado de ter roubado um companheiro na cela deste e, durante o dia de ontem, levado da Ala 3 para a Ala 2, mais precisamente para o seu terceiro piso, ala onde apenas o rés-do-chão está ocupado. Foi lá que terá morrido, deixando uma inquietação no ar sobre as causas de tão inesperada morte.

O nosso informador está disponível para testemunhar o que sabe destes eventos e está certo de que outros companheiros seus também se disporão a testemunhar, caso alguma autoridade tenha interesse em investigar o que possa estar a ocorrer naquela prisão que, parece, poder ser mais do que uma cumular de coincidências.

1 comentário:

  1. Pessoas com estes cargos (refiro-me ao da direcção) deviam prestar provas de humanismo antes de os assumirem. Inumanas deste calibre, que as há às dezenas em cargos semelhantes, têm de ser punidas e responsabilizadas pelas repercussões e consequências da sua inaptidão.

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