domingo, 19 de setembro de 2010

Linhó: uma prisão sem eira nem beira.II

Animais mal tratados

Para além de meia centena de javalis há também cães guardados no perímetro do estabelecimento, segundo a informação que nos chegou, com pedido de divulgação, com o fim de defesa dos animais.

O caso dos cães é particularmente chocante. São uns sete ou oito, pertença de particulares. Quatro deles muito mal tratados, ficam com o comer que lhes é deixado cada semana, fechados e sujos, passam fome – e cheiram mal, claro. Destes quatro, três pertencerão a quem explora a cantina e cobra preços altíssimos e incompreensíveis para os presos.

No caso dos javalis durante 10 ou 12 dias (até este fim-de-semana) faltou a ração. Os animais deram sinais de ansiedade, tornaram-se violentos e inquietos com a fome. Um deles, com cento e quarenta quilos apareceu morto no sábado – e suspeita-se que possa a fome ter sido uma das causas (ou mesmo a causa principal) de tal desfecho. Coisa parecida pode estar a passar-se com as galinhas, pois algumas também morreram nestes dias.

Quem teve conhecimento da situação pediu para a ACED encaminhar o assunto para associações de defesa dos animais - o que se fez.

Alimentação

O arroz é uma presença entediante nos pratos. Sempre e todos os dias, seja ao pequeno-almoço, almoço ou jantar. Perguntam-se a que se deve esta obsessão. Haverá algum interesse em despachar arroz?

Na Ala C o serviço de almoço é efectuado de uma forma indigna. Os tabuleiros são atirados para o chão e depois empurrados com o pé até uma posição que esteja acessível às mãos dos reclusos. As câmaras de filmar, se estiverem a funcionar, terão gravado estas práticas. E desse modo elas podem ser apreciadas de forma objectiva.

Esperam os queixosos que possa haver uma mudança de hábitos a estes dois níveis.

Trabalho

Presoa queixaram-se à ACED, de os seguros de trabalho – tanto no interior como para o trabalho exterior – não estarem actualizados. Queixam-se ainda de não terem férias nem subsídio de férias como qualquer outro trabalhador.
Nem mesmo os que trabalham para uma empresa de mármores têm férias ou subsídio de férias – empresa com quem a prisão tem um acordo e de que recebe (pelo memos essa é a suspeita) uma parte substancial do salário correspondente ao trabalho dos reclusos (já que o salários efectivamente recebido por estes não se assemelham ao de um trabalhador livre, como determina a lei).

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