segunda-feira, 11 de abril de 2011

Tortura na base de intenção de suicídio

8 de Abril 13h56 - Nuno Miguel Canário João está preso no EP de Beja. Dele tivemos conhecimento, recentemente, de uma carta que enviou para o exterior.

Actualmente as torturas continuam e aumentam de intensidade. As informações que chegam à família são de que o problema do suicídio – do ponto de vista de quem atendeu a queixa – é um problema que não é dos serviços. O recluso já se despediu da família.

Pedem-se as averiguações que as autoridades entenderem necessárias. 11 de Abril 11h31 - Nuno Miguel Canário João, preso no EP de Beja, denuncia por um lado uma outra atenção à sua condição de saúde e, por outro, a continuação das provocações e das ameaças, agora de outra forma.

Este fim-de-semana o chefe de guardas informo-o de estar a par do que “anda a fazer lá fora”, referindo-se com alguma probabilidade ao facto de a cadeia ter recebido pedidos de explicação sobre o caso. Mais disse que estava permanentemente a par do que ele fosse fazendo. Bem o esperamos que assim seja. Ameaçou que Nuno haveria de pagar por o que estava agora a fazer, terá que assumir as consequências, sendo crível a sua ameaça, pois, segundo julga saber o recluso, foi o mesmo chefe que tirou da gaveta, digamos assim, o castigo que meses atrás tinha sido suspenso por razões médicas, numa altura em que o comportamento do preso estava a decorrer sem problemas. E sem ter em conta a sua condição de saúde, ao contrário do que deveria ser legalmente obrigatório. A própria directora da cadeia terá “informado” Nuno que “não queria saber” do relatório médico.

Nuno é uma pessoa com doenças mentais e nervosas e, por isso, mais susceptível de perder o controlo, sobretudo se a medicação não estiver adequada ou o meio for particularmente hostil. As provocações e ameaças têm, com certeza, efeitos directos e imediatos na condição do recluso. As ameaças citadas são reforçadas com uma vigilância especial a partir do momento em que o mudaram de cela (para inspector ver), tornando mais difícil qualquer contacto pessoal com alguém e, ao mesmo tempo, tornando virtualmente impossível escrever ou enviar cartas para o exterior.

O recluso está inquieto, também, porque o agravar da situação pode levar à sua transferência para longe das perseguições da chefia de guardas, o que significaria a perda da possibilidade de beneficiar do acompanhamento que tem tido de sua mãe, moradora na cidade. Por isso Nuno se mantém tão quedo quanto possível, evitando todas as provocações mas, ao mesmo tempo, procurando criar condições de sobrevivência que, no final, foi apenas por estas últimas estarem em risco, que aceitou pedir ajuda em nome dos direitos humanos.

Esta é a tenaz em que o recluso se encontra neste momento. Em a miséria da autoridade e o autoritarismo.

Pedem-se as averiguações que as autoridades entenderem necessárias.

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